A citricultura gaúcha convive com variações bruscas de clima, que incluem altas temperaturas, chuvas intensas e até ventos fortes. Esses fatores provocam queda de frutos e exigem maior atenção com o manejo. Para manter a sanidade das plantas, produtores intensificam tratamentos preventivos contra doenças fúngicas e investem em adubação de cobertura.
Potencial produtivo e os preços do mercado
Apesar dos desafios, a safra de laranja mantém potencial produtivo, especialmente nas variedades Monte Parnaso e Lane Late. No entanto, a comercialização sofre com a baixa demanda, mantendo os preços entre R$ 1,50 e R$ 2,00 por quilo da laranja de mesa e em torno de R$ 0,70 por quilo da fruta para suco. Já as bergamotas, como Montenegrina e Murcott, encontram mercado mais favorável, com valores médios de R$ 2,00 e R$ 1,80 por quilo.
Situação nas diferentes regiões
Em Frederico Westphalen, segue a colheita das variedades de ciclo médio e tardio, enquanto já começa a floração da próxima safra. Em Passo Fundo, variedades tardias como Valência e Folha Murcha estão em maturação inicial, mas ainda não prontas para a colheita devido à acidez elevada. Os preços variam de R$ 0,55 a R$ 0,65 por quilo, dependendo da qualidade. Já as variedades precoces, como Rubi e Salustiana, foram finalizadas com produtividade satisfatória.
Expansão e cuidados constantes
A estiagem do verão reduziu o desenvolvimento dos frutos, mas não eliminou as boas perspectivas de produtividade. Enquanto pomares adultos recebem a última dose de cloreto de potássio, áreas novas estão sendo implantadas, passando por correção de solo, descompactação e marcação de linhas de plantio. Essa preparação mostra a aposta dos produtores na expansão da citricultura.
Mesmo diante das oscilações de clima e das dificuldades de mercado, a produção de laranja no Rio Grande do Sul segue mostrando força. O cuidado com sanidade, o manejo técnico e a expansão de novas áreas mantêm os citros como um dos pilares da fruticultura gaúcha.
Érica Resende
Conteúdo – Porto Safra