Energia em alta: produção de acácia-negra avança no Rio Grande do Sul

No Rio Grande do Sul, a acácia-negra segue como destaque no setor florestal, com cerca de 90% da madeira destinada à geração de energia. O uso abrange desde o consumo doméstico até fornos industriais, pizzarias, padarias, restaurantes e a produção de carvão. Uma fatia menor da produção ainda atende a construção civil, principalmente como escoras. Com as temperaturas mais baixas no período, o corte e a comercialização foram intensificados. Em alguns municípios, indústrias chegaram a incentivar o plantio ao fornecer mudas aos produtores.

Mercado e preços em alta leve

A cultura mantém condições fitossanitárias satisfatórias, enquanto preços da lenha e da casca apresentaram elevação moderada. Já o eucalipto, também utilizado em lenha, postes e carvão, teve demanda estável. Porém, a baixa implantação de novas áreas e o manejo abaixo do ideal podem trazer risco de escassez futura. Os valores registrados variaram entre R$ 120 e R$ 200 por estéreo de lenha empilhada, chegando a até R$ 350 para lenha picada entregue ao consumidor.

Custos e mão de obra preocupam

Produtores enfrentam desafios como altos custos de exploração e falta de trabalhadores, fatores que têm levado à substituição de florestas por cultivos anuais e pecuária. A produtividade média registrada é de 300 st/ha no primeiro corte (após seis a sete anos) e cerca de 220 st/ha no segundo corte com rebrota. Apesar disso, os estoques de lenha e carvão permanecem normalizados, garantindo o abastecimento do mercado nos próximos meses.

Situação em outras regiões

Em Passo Fundo, os bosques remanescentes de acácia-negra estão sendo colhidos, enquanto novas áreas vêm sendo convertidas em lavouras anuais. Os preços médios ficaram em R$ 300 por metro cúbico de madeira para serraria em floresta em pé e R$ 120 por metro cúbico estéreo de lenha entregue à indústria.

Em relação ao pínus, os preços se estabilizaram após quedas no início do ano. A demanda por toras maiores segue baixa, enquanto as de diâmetro médio mantêm mercado regular. Em muitas áreas, ainda ocorre o corte raso sem replantio, o que pode resultar em déficit de madeira nos próximos anos. Já a coleta de resina avança lentamente, restrita a florestas já exploradas.

Porto Safra e o olhar para o setor florestal

O crescimento da produção de acácia-negra mostra a importância das florestas plantadas para a matriz energética e para a economia regional. A Porto Safra acompanha essas transformações, reforçando como cadeias florestais sustentáveis podem apoiar tanto o produtor quanto o consumidor final.

Mesmo com entraves ligados a custos e mão de obra, a acácia-negra se mantém essencial na geração de energia no Rio Grande do Sul. Com manejo adequado, o setor florestal continua estratégico para o agro e para a sustentabilidade energética brasileira.


Érica Resende
Conteúdo – Porto Safra

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