Exportações do Agronegócio Brasileiro somam US$ 14,9 bilhões em maio, com alta nos preços e abertura de novos mercados
As exportações do agronegócio brasileiro totalizaram US$ 14,9 bilhões em maio de 2025. Apesar da leve retração de 1,4% em relação ao mesmo período de 2024, o desempenho foi considerado positivo pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), especialmente diante de uma queda mais acentuada no volume embarcado, que recuou 4,2%. A valorização média de 2,9% nos preços internacionais dos produtos foi decisiva para conter o impacto da redução em quantidade.
Segundo análise da Porto Safra, o cenário reflete a resiliência do setor diante de oscilações no comércio global. Produtos como sucos de frutas, sorvetes, papel, goiabas e batatas processadas atingiram, em maio, os maiores valores de exportação desde o início da série histórica, em 1997.
Um exemplo expressivo é o suco de frutas, que saltou de US$ 11,3 milhões (maio de 2024) para US$ 25,5 milhões em 2025 — um crescimento de 126%. As exportações de sorvetes seguiram a mesma tendência, aumentando 78,6% e alcançando US$ 6,4 milhões. Já a goiaba duplicou o valor embarcado, somando US$ 278 mil.
Outro destaque foi a celulose, que registrou recorde tanto em receita (US$ 981,5 milhões) quanto em volume exportado (2,1 milhões de toneladas). A China, principal destino, ampliou em quase 60% suas compras, reforçando a confiança na cadeia florestal brasileira.
As exportações de carne suína in natura também cresceram significativamente, totalizando US$ 274,4 milhões em maio de 2025 — alta de 30,6% frente aos US$ 210,1 milhões exportados no mesmo mês do ano anterior. A expansão foi puxada por uma maior demanda de países como Filipinas, Chile, Japão e Cingapura.
Além disso, produtos de nicho vêm ganhando protagonismo. Óleo de amendoim, manteiga de cacau e sebo bovino bateram recordes históricos para o mês. O óleo de amendoim, por exemplo, atingiu US$ 30,1 milhões, crescimento de 125% em relação a maio de 2024. O desempenho indica um movimento promissor de diversificação na agroindústria nacional.
O Brasil também avançou na conquista de novos mercados internacionais. Em maio, foram abertos 25 novos destinos, somando 381 acessos desde o início de 2023. Entre os principais, estão países africanos e a continuidade do fortalecimento com a China, que recebeu uma missão presidencial durante o mês. A cooperação bilateral continua a ser uma das forças motrizes da expansão comercial.
Mesmo setores já consolidados mantêm fôlego. No segmento sucroalcooleiro, por exemplo, a queda nas exportações de açúcar foi parcialmente compensada pela disparada das vendas para a China, que cresceram 354%. A valorização internacional do café, embora pontual, também contribuiu para elevar o índice geral de preços de exportação.
Esses dados integram o acompanhamento mensal realizado pela equipe técnica da Porto Safra, que monitora os movimentos de mercado e identifica tendências que impactam diretamente a dinâmica do agronegócio nacional e internacional.