Tendência de valorização
O mercado de milho sinaliza alta para os próximos meses, segundo análise da TF Agroeconômica. A movimentação é considerada sazonal, repetindo-se a cada ano com a redução dos estoques. Esse cenário impulsiona a demanda e eleva os preços da commodity.
Estratégias recomendadas
Para produtores e empresas, a recomendação é estratégica: se houver necessidade de vender para honrar compromissos imediatos, a orientação é comercializar o produto físico e, ao mesmo tempo, comprar contratos futuros na B3. Dessa forma, é possível se proteger financeiramente e ainda participar da valorização esperada para o segundo semestre.
Fatores de alta no mercado internacional
A aceleração das vendas nos Estados Unidos já supera a média necessária para atingir a meta recorde de exportação de 73,03 milhões de toneladas do USDA. Na Europa, a produção caiu de 60,10 para 57,60 milhões de toneladas, aumentando a necessidade de importações. Ao mesmo tempo, as exportações da Ucrânia despencaram 60,64% em relação ao ano passado, abrindo espaço para fornecedores brasileiros e americanos. No Brasil, os preços já mostram sinais de recuperação, sustentados pelo consumo industrial e pelas exportações.
Pressões de baixa
Apesar do cenário positivo, existem fatores que podem limitar a valorização. Nos EUA, o início da colheita de uma safra recorde amplia a oferta. Problemas comerciais entre Washington e Tóquio reduzem a demanda, já que o Japão é o segundo maior comprador de milho americano. No Brasil, a desvalorização do dólar e a queda em setores consumidores de milho — como etanol hidratado, carne de frango e bovina — freiam a alta dos preços.
Destaque final
O milho segue com tendência de valorização, mas a pressão da oferta e do câmbio exige cautela. Para o produtor, a estratégia será o diferencial entre proteger margens ou perder espaço no mercado.
Érica Resende
Conteúdo – Porto Safra
