O Brasil se tornou referência no combate à murcha de Fusarium raça 4 tropical (R4T), considerada a forma mais severa da doença que ameaça bananais em diversos continentes. Além disso, testes conduzidos pela Embrapa, em parceria com instituições colombianas, confirmaram que as cultivares BRS Princesa e BRS Platina resistem ao patógeno. Esse resultado abre caminho para que o país fortaleça sua fruticultura e ofereça alternativas seguras em escala global.
A ameaça da doença
A R4T já alcançou vizinhos do Brasil, como Colômbia (2019), Peru (2020) e Venezuela (2023). O fungo é disseminado por solo contaminado, ferramentas ou mudas infectadas e, por consequência, causa prejuízos bilionários, além de impor barreiras às exportações. Dessa forma, a proximidade geográfica mantém o setor brasileiro em alerta permanente.
Testes realizados na Colômbia
As cultivares resistentes foram submetidas a condições reais em áreas contaminadas da Colômbia. Enquanto plantas do grupo Cavendish (Nanica), altamente suscetíveis, foram fortemente afetadas, as variedades brasileiras mostraram desempenho diferenciado: menos de 1% apresentou sintomas. Por isso, os pesquisadores confirmaram a resistência genética. Além disso, híbridos desenvolvidos pela Embrapa também apresentaram 100% de eficiência, com lançamento de uma nova variedade previsto para 2026.
Importância para os produtores
No Vale do Ribeira (SP), maior polo nacional de produção de bananas, a notícia trouxe alívio. De fato, a região responde por mais de 70% da economia local com 30 mil hectares de banana, sendo uma das mais vulneráveis em caso de entrada da praga. Assim, o acesso a cultivares resistentes aumenta a segurança dos produtores, embora especialistas reforcem que medidas de biossegurança e manejo fitossanitário não podem ser abandonadas.
Aceitação no mercado
Além do aspecto sanitário, as novas variedades já foram apresentadas ao consumidor. Em 2020, a BRS Princesa chegou a supermercados de São Paulo e foi bem aceita em degustações. Com isso, a TropSabor consolidou áreas cultivadas com as duas variedades, o que reforça o potencial comercial da inovação.
Porto Safra e a inovação no agro
A resistência das bananas brasileiras à praga demonstra como a pesquisa e o melhoramento genético são essenciais para proteger culturas estratégicas. Nesse contexto, a Porto Safra acompanha de perto essas evoluções, destacando o papel da fruticultura no agro.
A confirmação de variedades resistentes à R4T posiciona o Brasil como protagonista na proteção da bananicultura. Em resumo, a ciência garante não apenas segurança para os produtores, mas também novas oportunidades para manter a banana entre os pilares da fruticultura nacional e global.
Érica Resende
Conteúdo – Porto Safra